Pia Sundhage, da Suécia ao topo da América
02-08-2022- «Foi fantástica para mim essa experiência na CONMEBOL Copa América Feminina», disse a treinadora sueca.
- Dirigirá o Brasil pela primeira vez em um Mundial Feminino e em seu segundo torneio de Jogos Olímpicos.»É sempre impressionante quando se consegue algo que ninguém fez antes. Em seu inglês perfeito, Pia Sundhage responde com sua habitual simpatia, aguardando pacientemente traduções e respondendo com um sorriso que pode ser visto atrás da máscara de proteção. Aos 62 anos de idade e com vários títulos nas costas, a técnica sueca acrescentou mais uma estrela: passou a ser a primeira treinadora a ganhar a CONMEBOL Copa América Femenina, em um torneio que contou com um número significativo de treinadoras. Emily Lima, no Equador, Rosana Gómez, na Bolívia, e Pamela Conti, na Venezuela.
Orgulhosa do que foi alcançado por seu Brasil, que ela treinou por exatamente três anos (assumiu em 30 de julho de 2019, após a Copa do Mundo Feminina da França 2019), Pia agradeceu pela primeira vez aos torcedores colombianos e a toda a Colômbia pela organização do torneio. «Para mim foi fantástico experimentar a CONMEBOL Copa América. Estive nos Estados Unidos, na China, na Suécia, estive em diferentes Copas do Mundo, Copas Europeias e Jogos Olímpicos e quero agradecer a atmosfera da final, ambos os times mereceram esse tipo de ambiente. Tenho orgulho de vir da Suécia, sou mulher e consegui isso (apontando para a medalha), graças a elas (apontando para Tamires). Obrigada!» disse na coletiva de imprensa após receber a medalha de ouro.
A treinadora como jogadora conquistou a Euro 1984, ganhou dois ouros olímpicos treinando a seleção dos EUA em 2008 e 2012, uma de prata com a Suécia em 2016. Também ganhou um vice-campeonato mundial e é a primeira estrangeira a treinar a seleção brasileira. Agora enfrenta uma viagem à Nova Zelândia e Austrália, bem como a Paris para sua segunda Olimpíada com a Canarinha, tendo-a treinado em Tóquio 2020 (perdendo nas oitavas de final).
Apesar da vitória de 1 a 0 sobre a Colômbia, Sundhage não ficou totalmente satisfeita com o desempenho de suas jogadoras. «Foi um grande jogo, embora não tenhamos jogado tão bem. Tivemos alguns problemas no início, mas o fato de termos tido o pênalti e conseguir que a Colômbia não marcasse foi porque nos defendemos muito bem», reconheceu.
«Cada jogo é uma lição, esta final foi uma grande lição para nós, especialmente para as jovens jogadoras, acho que aprenderam várias coisas que nos ajudarão a crescer e nos preparar para a Copa do Mundo», afirmou. Entretanto, quando perguntada se o Brasil foi a melhor equipe, não deixou dúvidas. «Ganhamos 1-0, sim, e jogamos partidas antes que nos conduziram à Final e, se me perguntarem, não acho que foi bonito, mas foi eficiente, a Colômbia não teve grandes chances e mantivemos o 1-0. Sim, acho que somos a melhor equipe.
Suas pupilas, que não entendem totalmente seu inglês mas a DT continua a aprender português para melhorar ainda mais a comunicação, a elevaram para o ar dos festejos, reconhecendo a importância, temperança e estilo de jogo que levou este Brasil a mais um título da América, o oitavo. Para Pia foi o primeiro e certamente, inesquecível.